No dia 11 de Fevereiro é celebrado o Dia Internacional das Mulheres na Ciência, uma data que dá luz e foco a todas as mulheres que, de uma forma ou de outra, colaboraram para os avanços científicos no mundo. É importante salientar o quanto as mulheres tiveram que quebrar padrões e paradigmas para ter seus nomes ilustrados como cientistas.
Em um mundo em que, majoritariamente, os homens são vistos como os grandes percursores, celebrar as mulheres é um ato de empoderamento e resistência. Neste artigo, vamos conhecer 6 mulheres na ciência que marcaram seus nomes na história como as gênias que realmente são.
Leia mais: Empreendedorismo também é coisa de mulher
Nise da Silveira
Nascida em Maceió-AL, no início do século XX, revolucionou o tratamento mental no Brasil e é reconhecida mundialmente por sua contribuição à Psiquiatria.
Ela foi a única mulher da sua turma, entre os 157 homens, que se formaram em Medicina na Faculdade de Medicina da Bahia. Especializou-se em Psiquiatria e dedicou sua vida a essa profissão. Durante seus anos de atuação no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, lutou contra as técnicas psiquiátricas que considerava agressivas aos pacientes, como eletrochoque, confinamento e lobotomia. Além disso, foi pioneira em incluir animais para o tratamento das relações emocionais dos pacientes.
Marie Curie
Marie Curie é o sinônimo de genialidade. Foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel, a primeira e única mulher a ganhar o prêmio duas vezes e até hoje, a única pessoa a ganhar o Nobel em áreas de conhecimento distintas, Nobel de Física (1903) e Nobel de Química (1911). Além disso, também foi a primeira mulher a se tornar professora na Universidade de Paris.
Ela é mundialmente reconhecida por ser a pioneira em pesquisas sobre radioatividade, ao isolar isótopos radioativos. Ela também fez a descoberta de dois elementos químicos, o polônio e o rádio.
Gertrude Belle Elion
Nascida em Nova York – EUA, Gertrude Belle Elion foi Bioquímica e farmacologista. Especialista em tratamento para doenças como leucemia e gota, desenvolveu importantes medicamentos para quimioterapia.
Por ter desenvolvido vários medicamentos para o tratamento de doenças graves, junto com George Hitchings e James Black, foi laureada com o Prêmio Nobel da Fisiologia e da Medicina, em 1988.
Rosalind Franklin
Rosalind Franklin nasceu na Inglaterra em 1920. Foi química e contribuiu para o entendimento das estruturas moleculares do DNA, RNA, vírus, carvão mineral e grafite. Apesar dos seus estudos, teve o reconhecimento somente póstumo, pois James Watson, Francis Crick e Maurice Wilkins compartilharam o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1962 baseados nesta descoberta.
Infelizmente, ela é uma das mulheres mais injustiçadas da ciência moderna, pois seu chefe, Maurice Wilkins, não a aceitava como autora da descoberta do formato helicoidal do DNA. Mais um caso de mulheres que foram desvalorizadas pelo seu trabalho científico.
Bertha Lutz
Bertha Lutz foi pioneira na luta pelos direitos políticos das mulheres no Brasil. Filha de Adolfo Lutz, renomado cientista e Amy Fowler, enfermeira inglesa, foi uma das maiores biólogas da história do Brasil.
Como era vedada a participação de mulheres no funcionalismo público em 1909, Bertha foi até a justiça com respaldo de Rui Barbosa, para aceitar a sua participação no concurso público. Foi aprovada em primeiro lugar, tornando- se a segunda mulher a ingressar no serviço público brasileiro.
Por seu trabalho político, em 1945, participou da redação da Carta das Nações Unidas, na Conferência de São Francisco, a qual foi responsável pela criação da ONU.
Como bióloga, descobriu a espécie de sapos Paratelmatobius lutzii, chamado de “Lutz’s rapids frog”.
Duília de Mello
Nascida no Rio de Janeiro, Duília de Mello é astrônoma, astrofísica e pesquisadora da NASA, sendo um dos nomes brasileiros da ciência mais reconhecidos no exterior.
Em 1997, descobriu no Chile, a Supernova SN 1997D. Participou da descoberta das Bolhas azuis, conhecidas como “orfanatos de estrelas” por darem origem a estrelas fora das galáxias. Em 2013, a cientista participou da descoberta da maior galáxia espiral do universo, a galáxia do Côndor (NGC6872).
Atualmente, colabora com equipes da NASA e é conhecida como a Mulher das Estrelas, procurando inspirar os jovens a seguirem carreira científica.
Leia mais: 4 importantes Educadoras brasileiras
Em um mundo complexo em que as mulheres ainda são vistas como objetos, termos uma data que celebra as suas mentes brilhantes, coloca-as como protagonistas, não mais como figurativas na história. Vemos hoje a necessidade de termos pessoas, independente de seus gêneros, colaborando para o avanço científico e progresso da sociedade. Com a necessidade de uma vacina contra uma doença como a Covid-10, vemos Institutos e Universidades fomentando a ciência e lutando todos os dias para manter a nossa segurança. É por termos pessoas engajadas no desenvolvimento de uma vacina, que podemos ter esperança para dias melhores. Viva a ciência! Viva às mulheres na ciência!
Um comentário em “6 mulheres da ciência que você precisa conhecer”