Julho marca duas datas de grande importância: o Dia Internacional de Nelson Mandela (18/07) e o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial (03/07). Mais do que datas comemorativas, são momentos de reflexão sobre justiça, igualdade e o papel transformador da educação, temas que sempre estiveram no centro da vida de Mandela.
Neste post, vamos lembrar quem foi esse líder sul-africano, por que ele continua sendo uma das figuras mais inspiradoras da história mundial e como seus ensinamentos ainda ecoam para todos que estudam e divulgam a educação como instrumento de mudança social.
Um jovem inquieto que acreditava na justiça
Nelson Mandela nasceu em 1918, em uma aldeia rural da África do Sul, num país profundamente marcado pelo racismo e pela desigualdade. Ainda jovem, ele teve acesso à educação formal — um privilégio para poucos negros na época — e logo se destacou como estudante de Direito. Foi na universidade que Mandela despertou sua consciência política, entendendo que a educação era uma ferramenta não apenas de crescimento individual, mas de transformação coletiva.
A partir da juventude, envolveu-se com movimentos estudantis e depois com o Congresso Nacional Africano (ANC), onde se tornou uma das principais vozes contra o regime do apartheid, que institucionalizava a segregação racial no país.
A luta contra o apartheid e os 27 anos de prisão
O apartheid, imposto oficialmente em 1948, dividia a população sul-africana com base na cor da pele, negando direitos civis, políticos e sociais à maioria negra. Mandela passou a atuar de forma ativa na resistência, organizando protestos, greves e ações diretas contra o regime. Em 1962, foi preso e condenado à prisão perpétua.
Mandela passou 27 anos encarcerado, a maior parte do tempo na Ilha de Robben, em condições extremamente duras. Mas mesmo preso, continuou estudando, refletindo e inspirando uma geração de jovens ativistas. Foi lá que ele cunhou uma de suas frases mais famosas:
“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.”
Essa afirmação resume o seu compromisso com a formação crítica das pessoas, e ainda hoje serve de lema para professores, estudantes e projetos educacionais em todo o mundo.
A libertação e a presidência da reconciliação
Mandela foi libertado em 1990, em meio a uma intensa pressão internacional e ao colapso do apartheid. Quatro anos depois, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul, eleito democraticamente por toda a população. Seu governo foi marcado por um profundo processo de reconciliação nacional, onde, em vez de promover a vingança, buscou o diálogo, a união e o respeito entre os diferentes grupos étnicos e sociais.
Ele criou políticas públicas voltadas para a educação, entendendo que investir em conhecimento era investir na paz, na igualdade e no futuro. Durante seu mandato, reforçou o acesso à escola para as crianças negras, ampliou programas de alfabetização e incentivou projetos de formação cidadã.
O legado de Mandela: um chamado à ação
Mandela faleceu em 2013, mas seu legado continua vivo. Ele é lembrado não apenas por sua trajetória política, mas pelo seu comprometimento com a educação como direito humano universal. Seu exemplo mostra que aprender e ensinar são atos profundamente políticos, no sentido mais nobre da palavra: instrumentos para transformar a realidade e combater as injustiças.
Para quem estuda e divulga a educação, especialmente em um país como o Brasil, onde ainda enfrentamos racismo estrutural, desigualdade social e acesso desigual à escola, lembrar de Mandela é um ato de resistência e inspiração.
No mês em que celebramos sua memória e o combate à discriminação racial, vale refletir: o que podemos fazer, em nossas realidades, para que a educação seja de fato um instrumento de transformação social?
Por que falar de Mandela com estudantes e embaixadores?
Estudantes pré-universitários e embaixadores do Saber em Rede podem encontrar em Mandela uma figura símbolo de perseverança, coragem e compromisso com o conhecimento. Em suas palavras, educação não é apenas conteúdo, é um ato de empoderamento.
Ao compartilhar sua história, estamos também convidando mais pessoas a enxergarem a educação como um caminho possível para romper barreiras, ampliar oportunidades e construir um futuro mais justo.
Como embaixador, cada estudante que você alcança com informação, incentivo e orientação carrega em si o potencial de mudar não apenas a própria vida, mas a vida de toda uma comunidade.
Mandela nos ensinou que resistir à opressão exige preparo, consciência e diálogo. Ele mostrou que a educação é um direito que precisa ser garantido a todos, e que o verdadeiro líder é aquele que forma outros líderes por meio do conhecimento.
Que este julho não seja apenas um mês de homenagens, mas também de ações concretas em favor de uma educação inclusiva, antirracista e transformadora.
Compartilhe esse texto com sua rede e ajude a manter viva a lição mais poderosa de Nelson Mandela: mudar o mundo começa por quem tem coragem de aprender e ensinar.